quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mar de ilusões.


Me perco em meio as ondas, me perco em meio ao sal nos olhos e o sol forte. Me perco entre as ondas da minha cabeça. Do meu próprio mar de ilusões.
"Minha cabeça é meio louca, ela não funciona nem no 110v e nem no 220v, é 330v com nobreak" Assim disse um maluco consciente. 

Eu prometi a mim mesmo, que não iria agir mais como um "Mr. Confusion" porém, vejo que é realmente impossível, isso tá dentro de mim, corre em minhas veias. Mas isso não significa que sou assim o tempo todo. Eu sou um surfista solitário, ando só, por mares desconhecidos, afim de encontrar piratas ou sereias, navios naufragados ou castelos de areia.

Por entre os dedos, cabelos ruivos que se curvam à uma saudação de boa noite. Seria verdade mesmo, ou apenas outra ilusão louca, pré-programada pelo meu cérebro maluco? Não sei mais.. Vivo confundindo sonho com realidade.. Vivo confundindo fumaça de cigarro com velocidade, goles de vinho com sobriedade. Eu sou assim, um mar sem fim. Talvez o teu vestido de cetim. Sou homem ao mar.

Por entre os odores, bons perfumes, misturados com Lucky Strike de menta, piadas soltas no ar, dúvidas se existem extra-terrestres a embarcar. Vontades espontâneas, vergonha de falar.. "Eu não sei lidar." "Afonso, não custa nada tentar." Mergulharei ou não? O oceano é fundo, e se me afogar? Grito pra tu vir me salvar? 

Noite adentro, assuntos vão surgindo, vozes conhecidas elaborando milhões de palavras, lugares extintos, drogas usadas, tatuagens, amizades, idéias que, por elaboração minha e dos loucos que surfam ao meu lado, seria perfeita simetria.

O mundo não é mais o meu. E o meu nome não está mais ao lado do teu. Eu ando pelas ruas, pensando numa maneira de dizer, mas a eloquência me falha em momentos decisivos, a eloquência me falha em situações importantes. A eloquência me falha ao nervosismo. O nervosismo me domina em situações definitivas. Logo eu, que vivi na minha profissão coisas inimagináveis.. Coisas que duvidam e alguns até julgam que deveríamos ter corações de aço, por controlar situações emocionais fora de série. 


Conclusões não me vem, já desviei do foco, desviei do mar de ilusões, e dos meus devaneios mais loucos. Desviei dos olhos lindos. Da cara de sono. Das unhas azuis. Da camiseta de filme. Eu sou assim, uma bagunça infinita, uma bagunça controlada, uma bagunça domada.


Enquanto tu? És fogo em movimento, és água do mar, és terra firme a ver navios, és o ar que eu quero respirar. Quinto elemento.

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