quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Vida serena.


Vida serena, com gosto de pele morena, correndo entre os ventos da estrada, com absoluto, medo de nada.

As vezes eu sonho que estou correndo por uma estrada vazia, como se eu fosse um carro em alta velocidade e o caminho a ser percorrido pela frente, fosse uma vida inteira a ser enfrentada. Porém, não há ninguém correndo comigo, ou em qualquer outra direção. Seria então uma corrida para o desconhecido? Uma tentativa de mostrar pra mim mesmo, que o vazio é o que me aguarda, ou que o vazio é o que vivo agora? 

Entre tentativas e tentativas, tento prever (sem sucesso) o futuro. Mas afinal, como conseguiria prever o futuro, se o presente muda constantemente conforme meus gostos, meus sonhos momentâneos, meus sonhos duradouros, minhas vontades absolutas, minhas vontades absurdas. E por pensar nesse lado, acho então que a corrida pode ser uma forma de tentar encontrar a mim mesmo no final da estrada, sem tentar acho um tanto de nada.

Quando eu penso nas coisas que vivi, vejo que, pela lógica, tenho mais futuro que passado. E o que uma pessoa com pouco passado pode saber realmente o que lhe guarda a vida? Ou o destino, se é que esse tal existe mesmo. O mundo foi feito pra nos iludir? Pra criarmos expectativas de certas coisas que saberemos que jamais se tornarão realidade? 
Com o passar do tempo, pude perceber (e disso eu levo uma quantidade um tanto boa de "certezas") que aquele ditado que dizem "nunca diga nunca" não se faz necessário, pelo menos não no mundo real. 
Existem sim, algumas coisas que nunca vão acontecer. Com alguns passos que dei, aprendi que o que separa o impossível do possível, é o sonho. Os sonhos são uma criação das nossas mentes febris que ajustam o irreal dentro de uma perspectiva do que gostaríamos que acontecesse, seja hoje, amanhã ou daqui a 50 anos, quando você vai estar com seus filhos e netos, numa mesa redonda num domingo a tarde, contanto estórias da sua infância e dos textos que você escrevia quando começou a descobrir que o mundo é muito maior do que ele parece ser.

E então você percebe que, independentemente do que você encontrará na estrada, o importante é a caminhada, é a corrida, e tudo que contem neles, as pessoas, as coisas, os cheiros, os sabores, as cores e os amores. 

E se sentir confortável percorrendo esse caminho, é o que faz da vida, serena.










Ou não é?